O psiquiatra Dartiu Xavier explica como usuários de crack de São Paulo
conseguiram se livrar da dependência da pedra com a substituição pela
maconha.
Polêmicas à parte, deve-se encarar este fato como realidade científica e social, sem tabus históricos. Não estou aqui para defender o uso de qualquer droga, porém as drogas legalizadas, como o álcool e o cigarro, são muito mais portas de entrada às outras drogas do que a maconha, além de causarem mais danos coletivos e à própria saúde.
Outras pesquisas científicas provam que a maconha não mata neurônios. Seus efeitos medicinais são mais do que comprovados e ela tem sido recomendada como cura para alguns casos, que vão de câncer, glaucoma, esclerose múltipla e até AIDS.
Segundo pesquisas, a maioria dos usuários de maconha não são dependentes (menos de 10% dos usuários o são). Em uma comparação feita pela Beckley Fundation com outras drogas, a maconha é, de longe, a menos viciante e menos prejudicial tanto para o indivíduo como para a sociedade:
Efeito
intoxicante
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Dependência
(dificuldade
de abandonar o vício)
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Grau de
dependência
física
|
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Cannabis
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4° mais alto
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Mais baixo
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Fraco
|
Tabaco
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5° mais alto
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Mais alto
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Muito forte
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Álcool
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Mais alto
|
4° mais alto
|
Muito forte
|
Cocaína
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3° mais alto
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3 ° mais alto
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Forte mas não contínuo
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Heroína
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2 ° mais alto
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2° mais alto
|
Muito forte
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Intoxicação
física
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Perigo
social
|
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Cannabis
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Muito fraco
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Fraco
|
Tabaco
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Muito forte
|
Inexistente
|
Álcool
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Forte
|
Forte
|
Cocaína
|
Forte
|
Muito forte
|
Heroína
|
Forte
|
Muito forte
|
Cannabis
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Tabaco
|
Heroína
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Álccol
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Acidentes de trânsito e outros tipos
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*
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*
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**
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Violência e suicídio
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**
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Morte por overdose
|
**
|
*
|
||
HIV
|
**
|
*
|
||
Cirrose
|
**
|
|||
Doenças do coração
|
**
|
*
|
||
Doenças respiratórias
|
*
|
**
|
||
Câncer
|
*
|
**
|
*
|
|
Doenças mentais
|
*
|
**
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||
Dependência
|
**
|
**
|
**
|
**
|
** =
efeito importante * = efeito menos comum
Portanto, existem outras formas de ajudarmos os usuários de crack, ao invés de simplesmente os internarmos à força, como agora é aqui no Estado de São Paulo. Acho esta alternativa bem válida, com efetividade já comprovada. Por que não tentar?
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